Manuel Monteiro

Manuel Monteiro

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

domingo, 7 de outubro de 2012

Fãs de Manuel Monteiro - Acácio dos Santos Monteiro


João, Acácio e José dos Santos Monteiro eram primos de Manuel Monteiro.
Todos os irmãos eram fãs de um dos maiores cantores de fado do Brasil e Portugal.
Acácio dos Santos Monteiro, faleceu no dia 06 de outubro de 2012. Ele tinha sempre em seu aparelho de cd, as músicas de Monteiro, e dentre as diversas músicas, Acácio gostava do Fado do Ceguinho,  Fado Manuel Monteiro e O Meu Barquinho.
Acácio Monteiro ensinou o seu neto Alex Sandro Monteiro, a gostar das músicas do Monteiro, e graças a ele, que esse blog foi colocado no ar,

História de Manuel Monteiro


Manoel Monteiro nasceu em São Martinho de Cimbres, Portugal. Emigrou para o Brasil, em 1923, aos 14 anos de idade conjuntamente com o pai e um tio. Dois anos mais tarde, o pai e o tio regressaram a Portugal, e ele passou a viver sozinho na cidade do Rio de Janeiro. 

Empregou-se no comércio, trabalhando como caixa. Ingressou na escola de ballet, onde estudou sob a orientação de Maria Olenewa. Em 1927, passou a integrar o corpo de balé do Teatro Municipal, onde se manteve até 1930, quando foi proibido de dançar devido a problemas cardíacos.


Estreou em disco em 1933, gravando na editora Odeon os fados "O teu olhar" e "O último fado", ambos compostos por Carlos Campos. Em seguida, gravou a "Marcha das rosas” e a canção "Chora a cantar", de motivo popular.

Teve seu primeiro grande sucesso, com a gravação do fado "Santa Cruz" (Caramés / D. Santos), editados no seu terceiro disco.


No repertório de Manuel Monteiro, destacavam-se géneros portugueses como fados, viras e marchas, tendo também gravado obras de autores brasileiros, principalmente do género carnavalesco. 

Sua discografia em 78 rpm vai de 1933 a 1959, tendo gravado cerca de 65 discos com 127 músicas, a maior parte na Odeon.


Alguns dos seus sucessos:

"Rosas de Portugal"
"Amores de estudante"(1939);
"O último fado"
"Marcha das rosas" (1933);
"Rosas divinais" (1933);
"O canto do ceguinho" (1933);
"A morte da ceguinha" (1933);
"Heroísmo de bombeiro" (1933);
"Meu Portugal" (1933);
"Corações de Portugal" (1934);
"Salada Portuguesa" (1935)
"Maria morena"(1955)
"Nem às paredes confesso" (1955)


Primeiro cantor português a ter sucesso no Brasil

Em 1949, foi homenageado pela classe artística com um evento realizado no Teatro Carlos Gomes, por ter sido o primeiro cantor português a ter sucesso no Brasil.

Abriu, assim, o caminho para que outros cantores lusos se projetassem por intermédio das gravadoras nacionais, como José Lemos e Joaquim Pimentel, já em 1935, e vários outros posteriormente.


Em 1948, participou como actor e responsável pela coreografia do filme "Inconfidência Mineiroa", realizado por Carmen Santos”. 

"Salada Portuguesa" ("Caninha verde")


Em 1935, lançou com grande sucesso a marcha "Salada Portuguesa" (V. Paiva / P. Barbosa), que se tornaria conhecida com o título "Caninha verde", mencionado no texto da música. 

Esta marcha foi por si apresentada no filme 'carnavalesco' "Alô, alô, Brasil" (Fevereiro de 1935), de Wallace Downey, João de Barro e Alberto Ribeiro. Ainda neste ano, gravou as marchas "João, João, João", "Balãozinho multicor", "Olé, Carmen", em homenagem a Carmen Miranda; e "Sou da folia".


Letra de "Salada Portuguesa" ("Caninha verde")

A minha caninha verde já chegou de Portugal
A minha caninha verde já chegou de Portugal
Vamos todos, minha gente, festejar o carnaval
Vamos todos, minha gente, festejar o carnaval
Vai Manoel mais a Maria
Nos três dias de folia
Pierrot e Colombina
Vai João e negra Mina...
A minha caninha verde já chegou de Portugal
A minha caninha verde já chegou de Portugal
Vamos todos, minha gente, festejar o carnaval
Vamos todos, minha gente, festejar o carnaval
O vovô já me dizia
No Brasil há alegria
Desde o tempo de Cabral
Que existe o Carnaval...

(...)

"Fado Manoel Monteiro"


É um dos fados mais significativos do repertório de Manoel Monteiro da autoria de A. Ferreira e Gonçalves Dias, gravado em disco Odeon, em 1937.

Sou português e grito ao mundo inteiro
Filho de gente humilde, mas honrada
E se adoro o Brasil hospitaleiro
Jamais esquecerei a Pátria amada.
Brasil e Portugal trago-os no peito
Unidos pela amizade e pela história
Se devo a Portugal o meu respeito
Ao Brasil devo toda minha glória.
Sinto pela minha Pátria devoção
Mas amo tanto a Pátria brasileira
E chego a não saber se o coração
Ama a segunda mais do que a primeira
E por ser do Brasil um grande amigo
Sou brasileiro afirmo muita vez
E sinto orgulho igual de quando sinto
Nasci em Portugal, sou português.
Portugal é meu torrão natal
A Pátria mãe de heroís e de guerreiros
Mas se o Brasil nasceu de Portugal
Eu sou portanto irmão dos brasileiros.


Rádio

Iniciou sua actividade radiofónica no início da década de 30, quando se apresentou no programa "Luso brasileiro” da Rádio Educadora do Brasil. Na época, as rádios mantinham programas específicos de música portuguesa, para atender à procura da numerosa colónia que emigrou para o Brasil. 

Teve um programa na Rádio Vera Cruz. Durante as décadas de 1960/70 esteve sempre presente em programas de rádio e TV relacionados com temas portugueses. 


Outras Homenagens

Seu nome foi dado a uma das ruas de Cimbres (Portugal), para assim, perpetuar seu filho ilustre. No Brasil, o cantor conta com sete nome de ruas, espalhadas por diversas cidades do País.

Em 1992, J. Gonçalves Monteiro, lançou um livreto sobre a vida e carreira de Manoel Monteiro. Foi feita uma tiragem de 1000 exemplares para venda. Toda a receita seria revertida para fazer um busto e colocá-lo em Cimbres. Infelizmente não teve grande repercurssão.

O poeta e diplomata brasileiro Vinicius de Moraes no seu tema "Samba da Benção" faz referência a Manoel Monteiro: "A benção Manoel Monteiro, e a todos os fadistas deste mundo!"

 Fonte: http://portugal-mundo.blogspot.com.br/2011/11/salada-portuguesa-de-manoel-monteiro.html